quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Convivendo com a ausência familiar

Há muitos pontos positivos em começar a vida morando longe da casa dos pais, mas que só serão realmente válidos se os jovens assumirem efetivamente a responsabilidade dessa decisão. A opinião, do psicanalista José Carlos Escobar, fundamenta-se no fato de que muita gente quer morar fora de casa, mas continua dependente tanto no campo emocional como financeiro.
"O jovem precisa começar a vida adulta de verdade. Morar fora é apenas um item que pode levar à conquista de uma liberdade", afirma. Ele diz que acontece muito do adolescente querer apenas parte das responsabilidades da vida adulta. "Ele gosta de chegar na hora que bem entender, mas não se cobra acordar cedo no outro dia", exemplifica.
O psicanalista acredita, porém, que o fim da adolescência num outro ambiente acelera a maturidade e estimula-o a tomar conta de si mesmo. Ele considera, também, que todos necessitam de um clima familiar. "Nem que não seja com a família propriamente dita. O importante é se sentir bem e disposto a agüentar todas as barras que vão aparecer".


terça-feira, 5 de julho de 2011

Estudantes migrantes representam mais de 75% do corpo discente da UFMT ARAGUAIA

Em 2007 a UFMT aderiu ao REUNI, Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, que tem como principal objetivo ampliar a acesso e a permanência na Educação Superior. Desde então a procura de cursos ofertados pela Universidade Federal de Mato Grosso, por jovens de outras regiões dos pais, cresceu significativamente. Em 2011, 2.418 alunos se matricularam nos 16 cursos que a instituição oferece no Campus Araguaia, e desses, 75% são jovens migrantes em Barra do Garças. Esses jovens saem de casa em busca de crescimento pessoal, independência e liberdade, mas todas essas metas requerem um preço alto, responsabilidade e sabedoria.
Em primeiro momento a idéia de liberdade é tão prazerosa e instigante, que não se pensa duas vezes, e o sacrifício se torna recompensador. Mas as dificuldades começam a aparecer logo cedo, problemas de adaptação a cidade, ao clima, costumes, cultura, frustrações com a Universidade e o curso, cumprimento de obrigações acadêmicas, e domésticas, que é a parte mais dolorosa. Sair do conforto do lar, onde a comida estava pronta na hora certa, a roupa lavada, passada, a casa limpa, e ter que aprender a fazer todas essas atividades, afinal, ninguém mais as fará por você. Esse aprendizado representa a mudança mais significativa na vida de um jovem.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Universitários e vida noturna: diversão ou transgressão?




Uma pesquisa da Universidade Estadual Paulista (Unesp) revela que cerca de 25 por cento dos universitários abusam das bebidas alcoólicas. E, apesar de beber exageradamente, a grande maioria desses estudantes acha que o uso do álcool não é excessivo ou problemático, o que pode levar a drásticas consequências.
     
     "Esses 25 por cento bebiam até chegar ao ponto da embriaguez. Isso mata mais do que as complicações crônicas do alcoolismo, como a cirrose", disse a professora Florence Kerr-Corrêa, uma das coordenadoras do estudo.
     
     Inicialmente, os pesquisadores analisaram questionários respondidos por 3.648 estudantes matriculados na Unesp. Deste total, eles verificaram que 916, ou cerca de 25 por cento, consumiam bebidas alcóolicas acima do normal e decidiram analisar apenas 318 alunos.
     
     O surpreendente, segundo ela, é que os universitários não achavam que estavam ingerindo grandes quantidades de álcool diariamente ou ocasionalmente. Cada estudante foi informado, individualmente, que havia sido selecionado por estar entre os 25 por cento que mais bebiam na universidade. A informação foi recebida com surpresa pela maioria.
     
     "O problema não fica apenas nisso. Quando os universitários bebem, eles se drogam, fazem sexo sem proteção e correm mais riscos de morrer em acidentes de trânsito", afirmou a pesquisadora à Reuters.
     
     Quase 83 por cento dos entrevistados bebiam com amigos e o principal incentivo para deixar de beber, para cerca de 22 por cento deles, era o fato de economizar mais dinheiro.
     
     Apesar dos estudantes do sexo masculino serem os mais vulneráveis ao abuso do álcool, as meninas fazem parte do grupo de risco e, de acordo com os pesquisadores, isso se deve ao fato de estarem morando longe dos pais e quererem provar mais da liberdade.

O fato é que para os adolescentes tudo isso é sinônimo de diversão, tudo em prol do prazer, mesmo que isso signifique cometer excessos e por fim, provocar arrependimentos.


Imagem 1: Festa Universitária Camaleon na Boate Red Music/repchacrinha.com.br
Imagem 2: Inauguração da Boate Acapulco/nabraquiara.com

Fonte: 24horasnews.com.br

terça-feira, 21 de junho de 2011

QUANDO AS COISAS VIRAM DE PERNAS PRO AR: EXPERIÊNCIA E APRENDIZADO!


Hermman e seus amigos em festa unviersitária

Em conversa com este blogueiro, o ex-calouro da Universidade de Mato Grosso, Hermman Oliveira Silva Salvatto, natural de Presidente Prudente, São Paulo, avalia a sua experiência em Barra do Garças e fala abertamente sobre as suas dificuldades de adaptação e as razões que o levaram a desistir do curso de Jornalismo na UFMT - Campus do Araguaia.

Lázaro: Quais as razões o levaram a escolher a~cidade de Barra do Garças e a UFMT para cursar Jornalismo?
Hermman: Fui por impulso, achei que se eu não entrasse na faculdade esse ano, minha vida perderia o sentido. Não pensei em tudo o que envolveria essa mudança, ainda mais num lugar onde eu nunca nem tinha ouvido falar.

Lázaro: E como foi a sua adaptação na cidade?
Hermman: Isso nao aconteceu, eu achei que eu estivesse adaptado já no primeiro mês, mas no segundo mês, tudo ficou ruim. Eu deixei de ser turista e "tentei" ser morador.

Lázaro: Quais foram as suas maiores dificudlades de adaptação?
Hermman: Custo de vida, clima, alimentação, as burocracias e os atrasos da cidade.
Lázaro: Atrasos em quê sentido?
Hermman: Em comparação ao que eu sempre vivi aqui em São Paulo. O que a Barra tem de melhor são as pessoas e as belezas naturais.

Lázaro: O que levou a desistir do que seria "um sonho"?
Hermman: Não vejo como desistência, vários fatores me levaram a voltar pra casa. Eu não conseguia mais achar prazer na faculdade, as condições financeiras já estavam me sufocando, não consegui as bolsas, e pra piorar com tudo, fiquei doente. Nesse "ficar doente" aconteceu o seguinte: fui ao médico pelo menos uma vez por semana no mês de Maio, e a cada dia me diziam uma doença diferente. Isso fez com que minha cabeça pirasse. Gastei horrores com remédios e a situação só piorou. Na última consulta, dois dias antes de eu voltar pra SP, o médico me disse que eu estava com duas doenças: sarna e infecção de pele. Perdi totalmente o chão. Até comecei a tomar os remédios, mas liguei para os meus pais e, chorando, desesperado, expliquei tudo o que eu estava vivendo ou melhor, sofrendo (financeira, física e psicologicamente). O que mais me tirou do MT foi a questão da saúde mesmo, pois se eu realmente estivesse com sarna eu não poderia mais ter contato com quase ninguém. E como esse tratamento é horrível, meus pais também me aconselharam a consultar com um médico de confiança aqui na minha cidade, já que nenhum "profissional da medicina" do MT conseguiu diagnosticar o que eu tinha. Só pra concluir essa questão da minha saúde: não era sarna, e sim, intoxicação alimentar.
Lázaro: Compreendo. Para concluir, como você avalia essa experiência?
Hermman: Duas palavras: Experiência e aprendizado. Tudo o que me aconteceu foi mais do que importante para omeu crescimento, me fez refletir mais sobre certas decisoes da minha vida.Depois de ter voltado, me vejo na obrigação de jamais agir por impulso em relação a decisões importantes.
Lázaro: Obrigado pela atenção, tenho certeza de que você alcançará seus objetivos e que esta experiência lhe servirá de suporte para seguir os seus caminhos com a convivção de que estará na direção certa. Vá em frente!
Hermman: Obrigado, sinto saudades de todos!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Vídeo documentário: making off

O professor de Semiótica e Estudos da Linguagem, Marcelo Marques, propôs uma atividade em que devería-se produzir um documentário a partir dos temas definidos em sala de aula. O meu gurpo (Lázaro, Muryllo, Carolina e Larissa) abordou o seguinte tema: "A vida dos jovens estudantes migrantes em Barra do Garças: mudanças".

Em primeiro momento o grupo elaborou um roteiro em que listaram entrevistas, coleta de dados e material fotográfico. Durante um período de aproximadamente um mês, se dedicaram à realização desse trabalho.

O vídeo foi apresentado no dia 26/05, no auditório do Campus de Barra do Garças. Nas minhas próximas publicações, postarei os dados estatísticos dos questionários distribuídos entre acadêmicos do campus migrantes em Barra do Garças. Por fim, publicarei o vídeo produzido.

Até breve!



terça-feira, 24 de maio de 2011

Dados referentes à vida dos estudantes da UFMT migrantes na cidade de Barra do Garças/MT


Os questionários foram respondidos por alunos de 17 a 29 anos

1 - Sobre a origem:
35% vieram do Estado de GO
32% vieram de outras cidades do MT
15% do Estado de SP
Os demais (18%) vieram de outros Estados brasileiros

2 – Sobre moradia/convivência:
76% dividem moradia com outros colegas
Os demais (24%) moram sozinhos

3 – Sobre o mercado de trabalho local:
12% trabalham
Os demais (88%) somente estudam.

4 – Sobre a dificuldade de inserção no mercado de trabalho local:
96% encontraram dificuldades
4% responderam que não encontraram dificuldades de inserção no mercado de trabalho

5 – Sobre a renda:
32% vivem com até 01 salário mínimo
61% vivem com 01 a 02 salários mínimos
17% vivem com 03 salários mínimos ou mais

6 – Sobre o curso:
64% estão cursando a primeira opção
36% foram selecionados apenas em segunda opção

7 – Dos estudantes de enfermagem que responderam ao questionário:
76% estão cursando como primeiro passo para cursar medicina.

8 – Quanto às expectativas do curso:
57% disseram que o curso está correspondendo expectativas
25% consideram que o curso está correspondendo às expectativas em termos
18% foram categóricos ao dizerem que o curso não está correspondendo às expectativas

9 – Sobre a conclusão do curso na IES atual:
35% pretendem pedir transferência
65% pretendem concluir o curso na IES

10 – Dos estudantes migrantes em Barra do Garças:
71% não conheciam a cidade
Os outros 29% já conheciam Barra do Garças

11 – Quanto às expectativas em realação a cidade de Barra do Garças:
55% responderam que a cidade correspondeu as expectativas
28% disseram que em termos, a cidade correspondeu as expectativas
17% responderam que a cidade não correspondeu as expectativas

12 – Quanto à adaptação na cidade de Barra das Garças:
36% nunca pensaram em desistir
64% em algum momento já pensaram em desistir dos estudos e voltar para cidade de origem
Obs.: dentre os motivos que levaram a esse pensamento, os mais citados foram a saudade da família e dos amigos e a desilusão com o curso ofertado pela UFMT

13 – Quanto à interferência da ausência familiar no aproveitamento de estudos:
40% disseram que em algum momento se sentiram prejudicados
60% responderam que a saudade de casa, dos familiares e dos amigos não os prejudicou

14 – Quanto à freqüência nas visitas familiares:
15% - 1x ao ano
30% - 2x ao ano
55% - 3x ou mais ao ano

15 – Quanto ao apoio dos familiares na mudança para BG:
20% não tiveram apoio psicológico para mudarem para BG
Os demais (80%) responderam que tiveram total apoio no processo de mudança para BG


* Questionário elaborado por Lázaro Gomes, Carolina Danelli, Muryllo Simon e Larissa Ferreira (acadêmicos do curso de Jornalismo da UFMT/BG).

terça-feira, 10 de maio de 2011

Vida Universitária: mudanças



Adolescência é realmente um tempo tumultuado na vida de qualquer um. Fora as mudanças que rolam no nosso corpo, tem todas as mudanças que acontecem na nossa vida. Muitos entram no ensino médio (o antigo 2° grau), outros enfrentam a faculdade, poucos deles começam o ensino universitário, com todas aquelas disciplinas com nomes malucos... Mas tem uma galera que, no meio de tanta confusão, ainda opta por mais uma grande mudança: sair de casa.Deixar a casa dos pais é uma decisão das mais importantes e isso ocorre por vários motivos: por vontade própria ou por necessidade. É preciso estar certo sobre o que isso representa e o que está em jogo. E o que está na parada é a sua própria vida, o seu próprio futuro. Dessa forma, muitos jovens decidem sair de casa para estudar em outras cidades e até mesmo em outros países.Você pode dar um salto qualitativo enorme, descobrindo que, em meios a tantas dificuldades que vão surgir (prepare-se, elas vão surgir sim!), você resultará em alguém mais responsável e independente. É possível notar isso nas histórias dos entrevistados dessa reportagem, no link ao lado. Mas responsabilidade e independência não são qualidades que surgem no momento em que você coloca o pé pra fora da casa dos pais. Essa e todas outras facetas da sua personalidade são moldadas por você mesmo. Portanto, muita atenção nesta hora! Mesmo que você tenha a ajuda de seus pais (financeira ou de qualquer outro tipo), você terá que levar a sua vida sozinho, fazendo as suas escolhas, tomando as suas decisões e definindo seu grupo de amigos e suas atividades.Porém, deixar o aconchego do lar, para muitos jovens, é algo que acontece independentemente de vontade ou plano. Alguns adolescentes saem de casa brigados com os pais devido a um mau relacionamento familiar. Esses, sem dúvida, são os casos mais delicados.